quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Irritações de fim de ano ( yooogaa socorrooo!)

Branco : Pra todos os lados tem gente vestida de branco, parece até uma convenção de pais de santo! ( não tenho absolutamente nada contra pais de santo...só pra que fique claro). "Ah é porque todos querem paz"...Uma ova! As pessoas vivem brigando por besteiras...Quer a paz? Evite as pequenas guerras do dia-a-dia...

Retrospectiva: Pra quê isso????(Fora as jornalísticas...essas são legais até...)

Receitas de simpatias/ Dicas de numerologia : Essas pessoas realmente devem ter uma vida esplêndida ,não??? Elas sabem todas as dicas para uma vida mais feliz..."Misture pimenta com canela lave as mãos e bang! seus problemas acabaram!" ou "Coloque um B depois do número da sua casa e bang! seus problemas acabaram!"...E não esqueça do famooooso "banho azul" daquela vidente que conversa com espíritos!

Previsões da vida dos famosos: Ah...Se cada um cuidasse da sua...

Talvez esteja realmente na hora de eu começar a praticar yoga...

Pensamentos...Só pensamentos...

Eu me sentei no banco mais limpo da praça e olhei para as árvores, depois para o céu e então respirei fundo.Fiz o rotineiro movimento de olhar para o relógio de pulso, esqueci-me de que não usava mais relógio, porque saber as horas era sempre angustiante.
Eu esperei.
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Perdi a conta de quantos CDs eu tenho. Hoje, enquanto eu escutava um deles, quis saber a quantidade, mas não contei.A janela –mesmo com as grades- e o teto me pareceram mais interessantes do que contar.
Devo ter pelo menos cem.Ou cento e cinqüenta.
Faço questão de gravar todos os CDs que baixo.
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Eu queria abrir as janelas...Mas se eu abrir eles entram...
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Quem nunca olhou pra uma flor e disse : “ Nossa...tão bonita que parece de mentira”?
Deveria ser o contrário...As flores de plástico imitam as naturais...

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O último dia do ano de um tempo que nós mesmos inventamos...Até parece algo místico, como se pudéssemos sentir a volta completa dessa bola que habitamos. Cascatas de luz brilharão no céu para olhos esperançosos. Alguém sussurrará um pedido, bem baixinho....Como quem conta um segredo.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Esperança

Esperança

Mário Quintana


Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...

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Pois é...é a época de renovação da esperança, de a louca virar criança....É o que dizem.
Já li em algum lugar ( ou ouvi...minha memória não funciona tão bem para coisas úteis...)que as coisas acontecem quando não há mais esperança, porque ela faz com que fiquemos sempre no mesmo lugar, na “zona de conforto” esperando e esperando e.....
Cheguei a concordar com a frase. Hoje já não sei mais.
Esperança é algo muito próximo da fé. É um acreditar sem ter provas concretas ou garantias.
Dois dias para acabar o ano...Tenho a sensação de que o tempo passou enquanto eu procurava formas familiares nas nuvens...

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Como será a música no mundo das idéias?

domingo, 28 de dezembro de 2008

Do-is

Não era nenhuma data especial. Não havia nada a ser comemorado, mas decidiram que iriam almoçar fora. A música que vinha do rádio preenchia o silêncio. Depois de muitos anos vivendo juntos parecia que tudo que havia para ser dito já havia sido dito.
Escolheram qualquer mesa na área de fumantes. Pediram as bebidas enquanto comiam um aperitivo, ele pediu um refrigerante e ela pediu um suco de laranja. Com ela ele não bebia.
Enquanto os ocupantes das outras mesas conversavam, riam alto e pareciam estar se divertindo, eles ficavam em silêncio, guardando para si mesmos o que pensavam. Como uma montagem mal feita num desses programas de edição de imagens, era fácil notar que não pertenciam àquele cenário.
Vez ou outra trocavam umas poucas palavras.
Talvez tivessem funcionado melhor se tivessem permanecido bons amigos.Viviam como um casal,dormiam como um casal,mas não eram um casal. Ele nunca abriria mão de nada por ela, e isso estava claro.Há mais de quinze anos.
Ela gostava de novelas. Acreditava em finais felizes. Tinha tomado para si a missão de mudá-lo, mas dia após dia percebia que não seria capaz. As pessoas só podem mudar por si mesmas.

sábado, 20 de dezembro de 2008

Teia

Pensar demais causa a desistência antes da tentativa. Pensar demais é uma defesa contra o risco. É uma tentativa de se isentar dos riscos. Quanta covardia!
A mente vai programando as ações, e as reações para supostas ações.Vai elaborando frases.Ela tem um sonho...O sonho de prever o futuro...Mas coitada! Custa a acreditar que não possui poderes especiais.
Algumas são realmente insistentes neste sonho impossível, de modo que os seus donos passam a acreditar que é possível ver com suas mentes poderosas o que ainda não aconteceu . Daí surgem as cartomantes, as mães –Diná e os leitores de búzios e borras de café.
Desistam...Esse mundo é uma teia...

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Violinos!Pianos! Concerto? Não...Desgraça!

Liguei a televisão e vi uma entrevista com a mãe de Isabella Nardoni. O tema era o natal : O primeiro natal sem a menina.Eu me pergunto porque as pessoas gostam de ver esse tipo de coisa, e quem foi que criou essa pauta maldita. "Como vai ser agora o natal sem ela?" ,perguntava a jornalista. Pergunta estúpida...Não é óbvio como vai ser o natal para uma mãe que perdeu uma filha? O que esperam que ela responda? "Ahh vai ser ótimo porque esse natal vou gastar menos dinheiro com presentes"???. E então piorava " O que você daria de presente pra ela esse ano se ela estivesse aqui?".
Ao fundo a típica música triste. Uma melodia qualquer no piano para acompanhar as lágrimas. Para provocar lágrimas.
Nesse ponto desliguei a TV e fui tomar um café. Com leite.

Existe um programa que passa na TV à cabo que mostra cenas de desastres e coisa do tipo, na chamada para o programa diz-se que nós, humanos, adoramos ver esse tipo de coisa.Porque todo esse interesse na desgraça? Pra mim é óbvio que esse interesse é real, de fato muitas pessoas se interessam em ver histórias de gente que perdeu tudo enquanto ouve , ao fundo, o lamento de um violino.Se não houvesse esse interesse não seriam produzidos tantos programas do gênero. Já sabem o que dá audiência...Dificilmente apostariam em fazer algo que achassem que ninguém fosse ver.

Estados Estranhos

Ás vezes entro num estado que chamo de contemplação. Olho para o mundo como se fossem os meus últimos minutos nele. Não dura muito tempo,só alguns poucos minutos .É quase como se eu sentisse que fosse morrer, mas não é um sentimento ruim...De alguma maneira é bom.
Normalmente isso acontece no carro. Então eu olho para os pedestres. E para os lugares que vão passando, e eu ao mesmo tempo fico tão ali e tão distante dali...
A impressão que tenho é que penso em muitas coisas, todas ao mesmo tempo, de modo que não consigo saber o que estou pensando.
Outro estado estranho é esse de agora. Quase como um cansaço. É uma concentração no nada. Esse só acontece no silêncio, quando a casa já dormiu. Talvez seja um estágio que venha depois do cansaço, mas antes do sono.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Como vai você?

Dia após dia contamos sobre o nosso dia. A pergunta parece vir de uma convenção, não por algum por algum tipo de interesse sobre o que nos aconteceu.
A resposta não leva mais que algumas palavras. É um resumo. É uma resposta dada para que a pergunta não fique só.
“Bom”, “Normal”, “Estranho”. Não é aconselhável que se diga que tivemos dias ruins porque aí surgem mais perguntas(a não ser que estejamos com vontade de dizer...Mas o que garante que a outra pessoa que escutar?). Como também não é aconselhável que se diga que tudo vai mal quando alguém diz um descomprometido “ tudo bem?”.O segredo é repetir as palavras subtraindo o sinal de interrogação:

-Tudo bem?
-Tudo bem.

Sem mais perguntas. Ás vezes um tudo ótimo também provoca questionamentos: “Tudo ótimo? Por que? O que aconteceu?”

Do mesmo modo que um ótimo causa estranhamento,uma felicidade excessiva também causa. Quantas vezes já não nos fizeram a seguinte pergunta : “Por que está tão feliz?”. Ó mundo...Por que raios a felicidade deve ter sempre uma justificativa?

E eu realmente não sei porque estou dizendo isso...A felicidade excessiva me irrita. É verdade que já me irritou muito mais, mas ainda acho extremamente irritantes as pessoas que parecem não ter dias ruins.Vivem sorrindo ... Talvez isso canse porque pareça falso. Mas talvez também haja um grande esforço por detrás de tanta felicidade.

Vai saber...

domingo, 14 de dezembro de 2008

Ah meu cérebro...


Ás vezes tenho essa mesma impressão...Quero ir pra um lado, e meu cérebro me incentiva a ir pra outro...

sábado, 13 de dezembro de 2008

A casa da esquina

Quando criança uma das minhas diversões era fugir da vizinha louca da minha avó.Ela morava do outro lado da rua e era um tanto quanto perturbada. Dona Elvira, a quem chamávamos "Bruxa do 71",usava roupas comuns, mas às vezes colocava o soutien por cima da blusa.Quando me lembro de Dona Elvira é exatamente essa a imagem que me vem na cabeça : Cabelos grisalhos e despenteados, bulsa de linho vermelha, soutien bege por cima da blusa, saia marrom , meias 3/4...Não me lembro do rosto dela...Eu desconfio que as crianças vêem as pessoas de um jeito diferente...E a imagem de alguém que conhecemos na infância, quando tenta se formar , parece mais uma obra cubista.
Dentre as travessuras de Dona Elvira estava o gosto em nos jogar baldes d´água. "Ela é louca!", dizíamos. Íamos então reclamar com o seu marido, Seu Genésio, que provavelmente odiava quando isso acontecia...
Dona Elvira morreu e hoje o homem vive só. Quando chega essa época de natal ele enfeita a casa toda de luzinhas e enfeites que ele mesmo faz com partes de garrafa PET pintadas com tinta acrílica.Deve ser um jeito de não se sentir tão só.
Ainda outro dia fiquei sabendo que se interessa também por fotografia. Saiu fotografando a cidade e depois deixou o álbum na casa da minha vó para que víssemos.Algum crítico fotográfico chamaria de lixo, mas foi interessante ver o olhar descomprometido de alguém que só quer registrar o mundo.
Quando vejo aquela casa, toda enfeitada, toda luminosa não sei se fico triste ou feliz.Algumas pessoas repetem o que eu dizia da sua falecida esposa : "Está doido!".Tenho medo dessa solidão concreta. De estar de fato só, de ter que encher a casa vazia de luzes coloridas, para tentar dispersar a solidão.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Maria-vai-com-as-outras

O primeiro livro que me lembro de ter lido foi “Maria-vai-com-as-outras”. Dizem que os livros que lemos na infância tornam-se parte de nossa personalidade. É incrível como me lembro bem da história e incrível como em muitos momentos, ainda pequena, me lembrava da história da ovelha Maria. A Maria do título era uma ovelha que seguia sempre o que as outras ovelhas faziam. Um belo dia as ovelhas decidem comer jiló, e Maria, assim como as outras também come jiló.Ainda me lembro da gravura da ovelha querendo vomitar....Bom...depois de ter comido o jiló e ter visto todas as outras ovelhas caindo num abismo, ela percebe que não precisa fazer o que as outras fazem (Agora, mé, Maria vai para onde caminha o seu pé).
Além de ter aprendido a palavra “insolação”, que foi também a primeira palavra que procurei no dicionário,aprendi o desejo imenso de não ser uma Maria-vai-com as-outras.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Always the hours...

"You can´t find peace by avoiding life"

Será? Será que evitar a vida causa uma falsa sensação de paz? Proteger-se de tudo aquilo que pode dar errado, causa também a perda daquilo que pode dar certo...

Se tenho evitado a vida?

Sim...Sou covarde...


"Dear Leonard. To look life in the face, always, to look life in the face and to know it for what it is. At last to know it, to love it for what it is, and then, to put it away. Leonard, always the years between us, always the years. Always the love. Always the hours."

domingo, 7 de dezembro de 2008

Faxina

A mãe arrumava o quarto da filha. Tirava o pó, dava brilho nos móveis, limpava o vidro da janela, varria o chão. Nas prateleiras em frente à cama estavam vários porta-retratos, com fotos de outros tempos. Fotos são sempre de outros tempos, qualquer foto é um registro de um presente que já passou. Passado. Nas fotos estavam os sorrisos,muitos sorrisos.Só em duas ou três é que os rostos estavam menos sorridentes, talvez porque foram fotografias feitas sem aviso prévio. Aquelas sim eram um registro do que estava acontecendo, diferente das outras, em que o que quer que estivesse acontecendo antes da foto tinha sido interrompido.
Ao lado dos porta-retratos estavam os livros.Todos tinham as páginas amareladas. Tinham sido dados pela avó da menina.
A mãe pousou os olhos nos livros, e então olhou para as fotografias.Lágrimas.Queria poder voltar àqueles momentos.
Olhou para a filha, deitada na cama.Sabia que mesmo que gritasse muito ela não acordaria e daria um daqueles sorrisos das fotografias.Ela estava longe. Estava em coma.

Teoria Nº 2

Teoria Nº 2 – O mundo não vai mudar enquanto as pessoas jogarem lixo no chão.

Existe coisa mais fácil de entender do que a frase “jogue o lixo no lixo”?Uma frase tão bem estruturada, tão direta, tão objetiva! Mais que uma frase, jogar o lixo no lixo é um princípio!
É um entendimento de que um papel de bala pode não ser muita coisa, mais muitos papéis juntos são um desastre... Mas antes disso, é uma demonstração de educação (e higiene).
Depois , é claro, vem a consciência. Consciência de que cada um deve fazer a sua parte independente dos outros. Já cansei de ver gente dizendo “ahh, um monte de gente faz a coisa errada, porque eu vou fazer a coisa certa?”
Porque conseguir que todos façam a coisa certa depende de cada um de nós! Somos o todo. Somos os outros.
Se formos esperar o resto do mundo mudar...Aí que ele não muda nunca.
Se ainda tem gente que não é capaz nem de jogar o lixo no lixo, como é possível que o mundo se transforme num lugar melhor?
Não é possível...

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

( )

O silêncio era apenas quebrado pelo motor dos carros e pelo latido dos cães.Fora isso era silêncio. Muitos silêncios são a ausência de palavras, mas existem aqueles que são o excesso delas. Têm-se tanto a dizer que não se diz nada. Todas as palavras querendo sair ao mesmo tempo, e nenhuma é gentil o suficiente para dar lugar à outra...Então ficam todas ali, naquela luta que acaba no silêncio.

Quantas palavras cabem em um silêncio?

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Tango

Foi num teatro não muito longe daqui. Estacionamos o carro na rua e então nos deparamos com a nova empresa dos flanelinhas : Organizados, com os usuais coletes cor de laranja, eles agora dão a nota e cobram cinco reais!
Fileira G, cadeira 14, lá estava eu esperando pra ver o tango. Antes do tango teria a abertura do evento, depois um pequeno discurso do subprefeito, balé, sapateado, dança do ventre. Depois do tango teria mais sapateado, uma contadora de histórias e a apresentação de uma orquestra sinfônica.
No balé, via-se o esforço das crianças. Seu cabelos cuidadosamente arranjados em coques. As fantasias coloridas.O esforço em buscar uma sincronia. Umas mais sorridentes , outras nem tanto.
Os pais e amigos, orgulhosos com suas câmeras de última geração registrando tudo para ver mais tarde.
De todas as apresentações a surpresa maior foi o sapateado : Senhoras. Senhoras de sessenta, setenta, oitenta e por que não noventa anos ( algumas tinham as as cabeças cobertas de cabelos brancos) sapateando em suas roupas brilhantes. Sorrindo. Divertindo-se.
Mais do que sapatearem para nós, da platéia, elas sapateavam por si mesmas.
Imagino o orgulho da professora. Das professoras, porque as apresentações de tango e de flamenco também tinham a maioria de dançarinos composta daqueles que já passaram dos cinquenta. E foram os mais aplaudidos!
Meus aplausos foram pra todos eles, em especial para os professores, que me causaram tamanha admiração por um trabalho tão bonito.
E no fim, veio a música. Senti vontade de tocar piano, e todos os instrumentos de corda. As pessoas não se animaram tanto quanto eu, a senhora que até agora não sei o nome quis ir embora, disse que estava chato.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Teoria Nº 1

Pego a tesoura prata e corto a fita vermelha. Está inaugurado o espaço das teorias!

Teoria Nº 1 - Todas (ou a maioria) das faixas 4 dos Cds são boas. Em muitos casos são também as músicas mais conhecidas do Cd. Talvez elas até tenham um videoclipe, ou toquem no rádio, mas isso não as impede de serem músicas boas.

Já venho reparando nisso há algum tempo...E claro, essa teoria é baseada nos Cds que eu tenho, mas como eles são de artista e tipos de música "variados", acho que posso chamar isso de teoria.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Engano...

Primeiro dia de férias...O que foi que eu fiz? Dei um tiro na rotina (dessa vez com bala de borracha, só pra ela manter certa distância por um tempo) . Depois de almoçar e convesar com a minha pessoa, decidi ir até a locadora.
Comecei pelas prateleiras dos filmes de “drama”, mas nada chamou muito a minha atenção, talvez um filme de drama não fosse o melhor para “comemorar” a chegada do ócio. Passei para a prateleira dos “lançamentos”, e de novo, nada que fizesse meus olhos saltarem...Tudo bem, tudo bem eu sou brasileira e não desisto nunca. Cheguei na prateleira (que na verdade, agora que pensei nela , parece mais uma estante) com a etiqueta “ aventura”...Nada...denovo...Pensei em alugar Kill Bill, mas a capa amarela não me atraiu. Me virei e dei de cara com a prateleira do “ suspense”, “agora sim..” pensei, e não achei um único título que chamasse a minha atenção, comecei a pensar que talvez o problema fosse eu, e decidida, subi as escadas e resolvi que não sairia daquela locadora até encontrar algo que me desse vontade de ver.
Lá em cima, no mezanino, ficam os filmes mais antigos (mas nem tão antigos assim...desconfio que são os filmes que já não são mais lançamentos, e nem são muito procurados).
Foi na segunda prateleira que olhei, que estava com a etiqueta do “suspense” que alguma coisa me chamou atenção. Dália Negra.
Eu estava com vontade ver esse filme desde de antes do seu lançamento nos cinemas, quando eu via os outdoors enquanto voltava pra casa. Foi lançado no cinema, e eu não fui ver, depois chegou na tv a cabo e eu também não vi... E então estava decidido, era hoje que eu ia finalmente ver!
Quando estava na fila, olhei para a direita e vi um cartaz de um outro filme que me chamou atenção, até pensei em trocar, mas desisti...Já que eu queria ver o filme há tanto tempo, porque desistir dele agora que estava nas minhas mãos?
Cheguei em casa, liguei o dvd, coloquei o dvd lá dentro, vi uns dois traillers, selecionei o áudio e as legendas e pronto! Ia começar...
O filme que eu espera ver era um filme de época, portanto achei estranho ver uma cena que se passa nos dias atuais, e ainda mais, filmada com uma câmera de vídeo! A minha esperança e a minha paciência me disseram que talvez fosse um começo diferente, e que em algum momento a história iria lá pra década de 40 e então ia começar o filme de verdade.
Não começou! E o que se sucedeu , junto com o meu tédio em ver aquele lixo, foi o roteiro pobríssimo, a fotografia completamente falsa, sempre os mesmos ângulos de câmera e sempre a mesma coisa acontecendo. Policiais sem uniforme, pessoas que nunca mudam de roupa, atuação horrível e uma ótima dose de nonsense,e ah! Tá mais pra trash do que pra suspense.... Fora os efeitos que foram colocados na edição...
Achei um novo ocupante para o posto de “Pior filme que eu vi até agora”.
Mas peraí... Dália Negra não foi aquele que recebeu indição ao oscar e tudo mais?
Bom esse era o filme que eu esperava ver...O filme que eu vi tem esse título, mas não é esse. É um outro filme dirigido e escrito por Ulli Lommel, que usou o mesmo nome, e lançou no mesmo ano do lançamento do filme dirigido por Brian DePalma.
Outra coisa a notar é que as atrizes são parecidas...Bom...Se colocar uma do lado da outra, a semelhança não é assim tão gritante, mas uma lembra a outra.... Francamente Sr. Ulli...Tremendo fanfarrão...
Antes eu tivesse trocado o “Dália Negra” (que deveria se chamar “matinho cor de burro-quando-foge")por aquele outro filme do cartaz....Tudo bem...Mea culpa... Ah se eu fosse mais atenta...