domingo, 5 de julho de 2009

Cem anos

Adoro meu livro de crônicas. Talvez porque ele se adapte muito bem à minha mania de ler frases ao acaso; ao invés de frases leio crônicas, a que vier na página em que parar o dedo.
E entre jamantas douradas do Caio Fernando de Abreu e seu amigo dark e o amor de Ferreira Gullar me veio um pensamento que não se relaciona diretamente com nenhuma das duas crônicas: Todas as coisas duram mais do que nós.
Olhe em volta: a mesa, os tapetes, a televisão, os discos cheios de músicas eternas. Todos eles durarão mais do que nós. Quando não estivermos mais aqui, eles estarão.
Daqui a cem anos meu livro terá outra dona. Talvez, depois que eu morrer, alguém o tome para si, ou quem sabe o guarde numa caixa junto com todos os outros e doe para alguém ou para alguma biblioteca.
Os móveis podem ir para um antiquário. Daqui a cem anos serão “móveis de época”. Os CDs e a televisão vão para um museu de tecnologia, e um visitante dirá: “Como conseguiam ouvir música com isso?”
Eu disse biblioteca... Será que ainda se importarão com livros daqui a cem anos?

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Avulsa # 3

O céu é tão branco quanto essa imitação de página, mas ao contrário dela não espera nada.É calma, é constância.Luta equilibrada entre a possibilidade e a impossibilidade.Todas as cores, e nenhuma.
Antimatter.