sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Verde ( fungo prematuro)

É verdade que mesmo na escrita tenho preferido o silêncio. É isso, fiz do silêncio um armário onde guardo tudo que ainda não está maduro a ponto de ser dito.E talvez nunca amadureça.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

999

Ontem

Eu tinha certeza do acaso, não absoluta, mas a idéia de destino era absurda. Deveria ter ido à farmácia.

Hoje

Saí mais cedo, fiz um caminho diferente, fui teimosa o bastante para esperar o ônibus ao invés de correr para o metrô. Depois peguei outro ônibus, que eu mal sabia se era o certo. Fui à farmácia.
- Você é a Mariana?
Olho, mas não reconheço.
-Sim.
-Que era amiga da fulana?
Balanço a cabeça, já me lembrando quem era a senhora que falava comigo. E tudo que eu consigo dizer é :
-É...
-Ainda mora lá?
-Moro.
-O que você ta fazendo? Ta estudando?
Talvez ela não tenha perguntado isso. Tenho a mania de permanecer com o fone de ouvido esquerdo ou direito. Acho que esqueço que eu ouviria melhor sem eles. Mas isso foi o que eu entendi.
-Tô...Tô fazendo faculdade...
Eu não fui simpática, acho que mal sorri. Talvez por isso na hora que fui pegar o troco ela se virou e foi embora sem soltar um “tchau”.
Voltei pra casa pensando na minha mania de achar que todas as pessoas se esquecem de mim depois de algum tempo. E pensando que quando ela chegasse em casa talvez dissesse pra fulana que me viu, e perguntasse porque não nos falamos nunca mais.
Voltei pra casa duvidando do acaso.