quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

No teatro

-Eu me recuso a ficar aqui. Deve haver mais do que isso. Tem de haver e ser mais do que isso. Tenho a impressão de que as cortinas não foram completamente abertas para nós, não querem que vejamos tudo, acham que não somos capazes de suportar.

-Seríamos? Seriamos capazes de suportar uma visão mais abrangente?De saber muito mais do que o necessário?Carregaríamos conosco o segredo da existência, tão entranhado em nós que não nos damos conta. Re-aprenderíamos a sorrir, mas desta vez pelos motivos certos.

-Existem motivos errados para sorrir?Recuso-me a sorrir pelos motivos errados!

-Somos os únicos a sorrir voluntária e involuntariamente. Respondemos perguntas com um mostrar de dentes porque não estamos certos do que dizer.Mostramos os dentes em sinal de alegria e de vazio.Existem dois tipos de sorrisos: Os que nos dão tempo para pensar e os que nos fazem parar de pensar por algum tempo.

Ouve-se uma voz carregada de ansiedade:

-Ahh Calem a boca! Vai Começar!

Um comentário:

Anônimo disse...

"Existem dois tipos de sorrisos: Os que nos dão tempo para pensar e os que nos fazem parar de pensar por algum tempo."


m. é escritora! é escritora!

a.