domingo, 26 de abril de 2009

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Ás vezes me assusta a maneira como me tornei indiferente. Ainda tremo, mas já mantenho certa distância, talvez tudo isso tenha se tornado um espetáculo. Ouço com atenção pra interferir apenas quando me for solicitado.

Apesar da recomendação do ditado, eu meto a minha colher. É necessário. Não seria exagero dizer que muitas vezes foi questão de sobrevivência, mas acontece que a colher, apesar de ter-se tornado mais resistente já se cansou de sua função...
Os gritos de hoje não passam de ecos dos gritos de ontem. Já os sei, de cor.

Falam tanto de culpa, que já não sei mais quem é o culpado, ou se existe um culpado. Ás vezes sinto pena, apesar de ter consciência de que a pena é um dos piores sentimentos que existem...Mas quando vi aquelas fotos antigas senti pena, tristeza...Aqueles rostos que sorriam não imaginavam o quanto mudariam, o quanto sofreriam e quantas lágrimas provocariam. E não só nos próprios olhos.

Talvez a minha indiferença, que às vezes beira a insensibilidade, seja só uma válvula de escape. Foi aprendida.

Penso que as feridas que mais resistem à cicatrização são aquelas causadas pelas palavras.

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