sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Funerale (the poet must die)

Passei o dia com os olhos de Virginia Woolf colados em cima dos meus, naquela hora em que decide que o poeta deve morrer para que a história não se perca. Não me entenda mal, não estou com pensamentos suicidas. A solução não é morrer, é deixar que isso morra. E se não me engano já morreu, e o que morreu deve ser cremado ou colocado embaixo da terra. Não vale a pena empenhar esforços para conservar um cadáver.
E como num velório sinto vontade de chorar ao ver que os olhos deitados não se abrirão, e que tudo o que não foi dito ficou perdido para sempre, naqueles lábios que o tempo lacrou.

“But I still have to face the hours, don't I? I mean, the hours after the party, and the hours after that...”

Nenhum comentário: