domingo, 10 de maio de 2009

Talvez

Talvez o remédio para os pensamentos teimosos de fato seja ocupar-se. Encher a cabeça de outros pensamentos para que os indesejáveis não tenham mais espaço...Mas se engana quem acha que eles simplesmente desaparecem. Eles não desaparecem. Eu sei. Você sabe. No instante em que paramos para uns goles de água, no instante em que nos distraímos e encaramos o as linhas do chão com os olhos perdidos , eles voltam. Não, não voltam porque sempre estiveram lá. São como arquivos...Apenas foram compactados para ocupar menos espaço.

O esquecimento não pode ser policiado. Isso só faz com que as lembranças fiquem mais nítidas. No momento em que me pergunto se me já me esqueci é que me lembro.Mas é quando tento me lembrar que percebo que esqueci...



“Mesmo dormindo não podia fugir-lhe a imagem. Não tocou o diário. Se alívio havia, estava no trabalho, no qual às vezes podia se esquecer do mundo por períodos de até dez minutos”

1984 – George Orwell

2 comentários:

I.P. Araújo disse...

ah, tão absolutamente não-talvez, mas sim-verdadeiro. Meus momentos agora são vividos a base disso. Triste.
E obrigada por seu comentário no Intentar, no Retrato de Edward. A parte III responde a sua pergunta!

Nathy disse...

Uau, Mari!!!
Bom, como eu coloquei num post do meu blog: Parece que as ideias têm personalidade e vontade própria: vão e voltam em nossa mente quando bem entendem! Na verdade, eu consigo visualizá-las como uma dessas divas temperamentais, que só fazem o que querem e quando querem!O mesmo vale para pensamentos! Parece que os indesejáveis sabem que o são, e ficam voltando pelo prazer de nos atormentar!
Mas a vida é assim. A gente só vive mesmo!
Beijos!!!